6 de set. de 2013





O primeiro e mais fundamental medo humano é o medo da morte. Quando o bebê nasce, o cordão umbilical é cortado e partir daí o bebê sentirá fome. A esta primeira angustia, a da fome, ele associará à possibilidade da morte.

Por esta razão todos os desejos que sentimos possuem uma sensação corpórea como uma fome que precisa ser saciada. Desejos são tão fortes porque tem as suas raízes profundas no medo da morte.

A fome do bebê é assustadora porque ele não tem controle sobre ela. Ela vem e o bebê não sabe quando ela será saciada, se nos próximos minutos, horas, ou se será, de fato, saciada.

Agora que somos adultos precisamos compreender que a fome que grita dentro não irá nos matar pois agora temos nossas próprias mãos para nos alimentarmos.

Neste sentido, nós podemos remover os desejos de nosso sistema conversando com a criança que ainda habita em nosso interior dizendo-lhe que não há nada a temer, que ela não morrerá pois agora somos adultos, capazes e completos.

A lógica do desejo com sexo, substâncias químicas, conversa, internet, televisão, ou qualquer outro comportamento que nos seduz em sua direção é a mesma. Atrás desta força sedutora existe o medo de que se pararmos o vício algo ruim acontecerá. Na maior parte do tempo este sentimento não está consciente, racionalizado, mas ele se manifesta no corpo como uma sensação desconfortável, uma sutil agonia que gradualmente cresce mais e mais até o momento que sucumbimos a nossa vontade à vontade do desejo.

Todo desejo é ilusório. Ao conectarmos nossas mentes com algo que está fora de nós, perdemos a nossa própria energia e nos enfraquecemos. Ao fechar as portas da mente que nos tiram do momento presente, passamos a experimentar o aqui e agora em sua totalidade e benção.

Nós já somos completos. Não precisamos mais pegar energia do mundo exterior como fazíamos quando estávamos no ventre de nossas mães. Agora, ao invés de absorver, precisamos aprender a dar, emanando o brilho da luz divina de dentro para fora.

Om Nadabrahman