3 de ago. de 2010


Revelação


Filhos, quantos permanecem na expectativa
de novas revelações do Mundo Espiritual
por suplemento da fé, olvidam que o Evangelho
continua sendo a mensagem inédita da vida
que todos carecemos assimilar.


A Ciência, sem dúvida, desvendará aos homens
novos caminhos e a luz da Verdade gradativamente
resplandecerá para as criaturas, todavia
os preceitos básicos para a felicidade humana
se resumem na lição do amor que o Cristo
ensinou à Humanidade.


O maior desafio para o homem não se constitui
na conquista do Cosmos ou no pleno conhecimento
das leis que regem o mundo material:
o seu maior desafio é a conquista de si mesmo,
no domínio mais amplo das próprias emoções
e dos pensamentos que se originam em seu mundo intimo.


A aplicação das virtudes cristãs no cotidiano
- paciência, perdão e solidariedade -
ontem quanto hoje, dentre outras,
é constante apelo à auto-superação
que a cada dia se renova.


Tendo-nos sido legado há dois mil anos,
o Evangelho não perde atualidade,
porquanto as palavras do Cristo,
expressando a Verdade, que jamais se altera,
são de vida eterna.


Assim, não condicioneis a vossa crença
na Doutrina às revelações que vos sejam formuladas
sem critério pêlos que habitam as dimensões
da Vida Mais Alta.


Não façais a vossa fé depender do miraculoso
e do sobrenatural, como se, mentes enfermas,
sentísseis sempre a necessidade de vos alimentardes
do que extrapola os limites do bom senso.


Os espíritos que, de hábito, convosco intercambiam
ainda não diferem muito de vós outros e possuem
parcos conhecimentos Vida
que se desdobra fora da matéria.


Habilitai-vos, em vosso mundo moral,
para os acréscimos que desejais
ao que já sabeis da Verdade.


Por outro lado, considerando-vos, considerai
a falta de instrumentação mediúnica adequada
para que as realidades de Além-Túmulo
vos alcancem sem alterações significativas
e sem comprometimento de sua autenticidade.


Filhos, contentai-vos com o que tendes,
convictos de que ainda não sois gleba
para mais farta semeadura.




Bezerra de Menezes/Carlos A Baccelli
do Livro A Coragem da Fé


-Meimei-

Quando a vida começava no mundo,
os pássaros sofriam bastante.

Pousavam nas árvores e sabiam voar,
mas como haviam de criar os filhotinhos?
Isso era muito difícil.

Obrigados a deixar os ovos no chão,
viam-se, quase sempre, perseguidos e humilhados.

A chuva resfriava-os e os grandes animais,
pisando neles, quebravam-nos sem compaixão.

E as cobras? Essas rastejavam no solo,
procurando-os para devorá-los,
na presença dos próprios pais, aterrados e trêmulos.

Conta-se que, por isso, as aves se reuniram
e rogaram ao Pai Celestial lhes desse o socorro necessário.

Deus ouviu-as e enviou-lhes um anjo que passou
a orientá-las na construção do ninho.

Os pássaros não dispunham de mãos;
entretanto, o mensageiro inspirou-os a usar os biquinhos e,
mostrando-lhes os braços amigos das árvores,
ensinou-os a transportar pequeninas migalhas da floresta,
ajudando-os a tecer os ninhos no alto.

Os filhotinhos começaram a nascer sem aborrecimentos, e,
quando as tempestades apareceram, houve segurança geral.

Reconhecendo que o Pai Celeste havia respondido às suas orações,
as aves combinaram entre si cantar todos os dias,
em louvor do Santo Nome de Deus.

Por essa razão, há passarinhos que se fazem ouvir pela manhã,
outros durante o dia e outros, ainda, no transcurso da noite.

Quando encontrarmos uma ave cantando, lembremo-nos, pois,
de que do seu coraçãozinho, coberto de penas,
está saindo o eterno agradecimento que Deus está ouvindo nos céus.



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Meimei por Chico Xavier
em Pai Nosso - FEB
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-Emmanuel-

"Examinai-vos a vós mesmos, se permaneceis na fé;
provai-vos a vós mesmos." - Paulo. (II CORÍNTIOS, 13:5.)



Diversas atitudes caracterizam os estudantes da Revelação Nova.

Os que permanecem na periferia dos ensinamentos
exigem novas demonstrações fenomenológicas,
sem qualquer propósito de renovação interior.

Aqueles que se demoram na região da letra
estimam as longas discussões sem proveito real.

Quantos preferem a zona do sectarismo,
lançam-se às lutas de separatividade,
lamentáveis e cruéis.

Todos os que se cristalizam no "eu"
dormitam nos petitórios infindáveis,
a reclamarem proteção indébita,
adiando a solução dos seus problemas espirituais.

Os que se retardam nos desvarios passionais
rogam alimento para as emoções,
mantendo-se distantes do legítimo entendimento.

Os que se atiram às correntes da tristeza negativa
gastam o tempo em lamentações estéreis.

Aqueles que se consagram ao culto da dúvida
perdem a oportunidade da edificação divina
em si mesmos, convertendo-se em críticos gratuitos,
ferindo companheiros e estraçalhando reputações.

Quantos se prendem à curiosidade crônica,
borboleteiam aqui e ali, longe do trabalho sério e necessário.

Aqueles que se regozijam na presunção,
passam o dia zurzindo o próximo,
quais se tossem inquisidores permanentes do mundo.

Os que vivem na fé, contudo, acompanham o Cristo,
examinam a si próprios e experimentam a si mesmos,
convertendo-se em refletores da Vontade Divina,
cumprindoa, fielmente, no caminho da redenção.



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Emmanuel / Chico Xavier
em Vinha de Luz
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André Luiz

Não permita que o seu modo de falar se transforme em agressão.

Ao falar, evite comentários ou imagens contrárias ao bem.

Trazer assuntos infelizes à conversação,
lamentando ocorrências que já se foram,
é requisitar a poeira de caminhos já superados,
complicando paisagens alheias.

Atacar alguém será destruir hoje
o nosso provável benfeitor de amanhã.

Não exageres sintomas ou deficiências com os fracos ou doentes,
porque isso viria fazê-los mais doentes e mais fracos.

Na base da esperança e bondade,
não existe quem não possa ajudar conversando.

Da mente aos lábios, temos um trajeto controlável
para as nossas manifestações.

Por isso, tão logo a idéia negativa nos alcance a cabeça,
arredemo-la, porque um pensamento pode ser substituído,
de imediato, no silêncio do espírito, mas a palavra solta
é sempre um instrumento ativo em circulação.



André Luiz/Chico Xavier

De Busca e Acharás
(Emmanuel e André Luiz)

"Cegou-lhes os olhos e endureceu-lhes o coração,
a fim de que não vejam com os olhos e
compreendam no coração e se convertam e eu os cure."
João, 12:40



Os planos mais humildes da Natureza

revelam a Providência Divina,
em soberana expressão de desvelo e amor.

Os lírios não tecem,
as aves não guardam provisões
e misteriosa força fornece-lhes o necessário.

A observação sobre a vida dos animais
demonstra os extremos de ternura com que o Pai
vela pela Criação desde o princípio:
aqui, uma asa; acolá, um dente a mais;
ali, desconhecido poder de defesa.

Afirma-se a grande revelação de amor em tudo.

No entanto, quando o Pai convoca os filhos
à cooperação nas suas obras, eis que muitas vezes
se salientam os ingratos, que convertem os favores recebidos,
não em deveres nobres e construtivos,
mas em novas exigências: então, faz-se preciso
que o coração se lhes endureça cada vez mais,
porque, fora do equilíbrio, encontrarão o sofrimento
na restauração indispensável das leis externas
desse mesmo amor divino.
Quando nada enxergam além dos aspectos materiais
da paisagem transitória, sobrevem, inopinadamente,
a luta depuradora.

É quando Jesus chega e opera a cura.

Só então torna o ingrato à compreensão
da Magnanimidade Divina.

O amor equilibra, a dor restaura.
É por isso que ouvimos muitas vezes:
"Nunca teria acreditado em Deus se não houvesse sofrido."

Emmanuel/Chico Xavier
de Caminho, Verdade, e Vida


-André Luiz-

Observe as próprias indagações,
antes de formulá-las, adotando o
silêncio sempre que não tiverem
finalidade justa.

Valiosa demonstração de entendimento
e de afeto visitar amigos ou recebê-los
sem perguntas quaisquer.

Ampare quantos lhes compartilham a vida,
sem vascolejar-lhes o coração com
interrogatórios desnecessários.

Arrede da boca as inquirições sem proveito
sobre a família do próximo.

Não faça questionários
quanto à vida íntima de ninguém.

Entretecer apontamentos sem necessidade,
com relação à idade física de alguém,
não é apenas falta de tato e gentileza,
mas também ausência de caridade e de educação.

Se você nutre realmente amizade
por essa ou aquela pessoa,
sem qualquer expectativa de tomar-lhe
a companhia para a convivência mais íntima,
aceite-a tal qual é sem pedir-lhe
certidão do estado civil em que se encontra.

Indiscrição, leviandade, curiosidade vazia
ou malícia afastam de quem as cultiva
as melhores oportunidades de elevação e progresso.

O amor verdadeiro auxilia sem perguntar.
Respeite as necessidades e provações dos outros,
para que os outros respeitem as suas
provações e necessidades.

André Luiz/Chico Xavier
de Sinal Verde


Hilário Silva

- Você tem a força de Deus nas mãos!
- Você não é homem para viver na obscuridade.
- Por que não montar gabinete próprio
num dos melhores pontos da cidade,
a fim de atender ao povo?
- Você nasceu para melhor destino ....

- Estejamos todos prósperos
e poderemos naturalmente ajudar.

Adelino de Carvalho, abnegado médium passista
de Uberaba, em Minas, começou a ouvir semelhantes frases
de muitos amigos, admiravelmente situados no círculo das
finanças. E tantos elogios ouviu que passou a considerar,
intimamente, a possibilidade de casa no centro urbano.

Não precisava de grande mansão.
Um palacete que não desse muito trabalho seria bastante.
Um lugar em que pudesse acolher as visitas
com elegância e decência.

Quando o plano se tornou amadurecido
no pensamento, concentrou-se e pediu
a opinião da Esfera Espiritual.

Quem compareceu foi Antonio Logogrifo,
excelente amigo desencarnado.
Adelino expõe o projeto e roga parecer.

Logogrifo, no entanto, passa a esclarecê-lo, bondoso.
Que um médium, antes de tudo, precisa assistência moral,
que não lhe convinha figurar uma situação que não tinha,
que deveria permanecer no domicílio singelo
e que os amigos não podiam efetuar aquilo que
somente a ele competia fazer.

- Mas – suspirou o médium contrariado
– não posso aspirar à melhoria?
Valorizar os meus interesses, elevar-me socialmente?

- Pode sim – ditou o Espírito amigo -,
mas não à custa de vãs aparências
e sim por seu próprio esforço, lutando, amando,
servindo, batalhando em favor do bem...

- Então, crescer no mundo será sempre vaidade?
– gemeu Carvalho, triste.

- Não, Adelino – obtemperou o companheiro -,
não é bem isso. A vaidade tem consigo
o progresso da cauda de cavalo.
- Como assim?
E o amigo espiritual informou, sorridente:
- Só cresce para baixo.

Como quem acorda de longo sono,
Adelino sentiu estranho contentamento.
Compreendeu, então, que na sua modesta casa
já morava a felicidade.
E, chorando de alegria, pode apenas dizer:
- Deus lhe pague, meu irmão.

Hilário Silva/Chico Xavier
do Livro A Vida Escreve
"Segue-me e deixa aos mortos o
cuidado de enterrar os mortos."
- Jesus. (Mateus, 8, 22)


Brígida Fries



"Para aqueles que são fortes

os desafios são a própria razão da existência.

Enfrentá-los não significa lutar contra a vida,

mas sim aprender com ela.

Basta ter coragem para dar o primeiro passo

e tudo irá conspirar a seu favor.

O mundo está precisando de pessoas

que encarem as situações
e façam logo o que precisa ser feito".



Brígida Fries

in A Paz de Todo Dia


Espiritualidade é um estado de consciência;
não é doutrina, não!
É o que se leva dentro do coração.
É o discernimento em ação!
É o amor em profusão.
É a luz nas idéias e equilíbrio na senda.
É o valor consciência da alegria na jornada.
É a valorização da vida e de todos os aprendizados.
É mais do que só viver;
é sentir a vida que pulsa em todas as coisas.
É respeitar a si mesmo,
para respeitar o próximo e a natureza.
É ter a plena noção de que nada acaba
na morte do corpo, pois a consciência
segue além, algures, na eternidade...

É saber disso - com certeza -,
e não apenas crer nisso.
É viver isso - com clareza -,
sem fraquejar na senda.
É ser um presente, para si mesmo,
para os outros e para a própria vida.

Espiritualidade é brilho nos olhos e luz nas mãos.
E isso não depende dessa ou daquela doutrina;
depende apenas do próprio despertar espiritual;
depende do discernimento consciencial
se unir aos sentimentos legais, no equilíbrio
das próprias energias, nos atos da vida.
Ah, espiritualidade é qualidade perene;
não se perde nem se ganha; apenas é!

É valor interno, que descerra o olhar para o infinito...
para além dos sentidos convencionais.
É janela espiritual que se abre,
dentro de si mesmo, para ver a luz que está em tudo!

Espiritualidade é essa maravilha:
o encontro consigo mesmo, em paz.
Espiritualidade é ser feliz,
mesmo que ninguém entenda por quê.
É quando você se alegra, só pelo fato de estar vivo!

É quando o seu chacra do coração
se abre igual a uma rosa, e você se sente
possuído por um amor que não é condicionado
a coisa alguma, mas que ama tudo.

É quando você nem sabe explicar porque ama;
só sabe que ama.
Espiritualidade não depende
de estar na Terra ou no Espaço;
de estar solteiro ou casado;
de pertencer a esse ou aquele lugar;
ou de crer nisso ou naquilo.

É valor de consciência,
alcançado por esforço próprio
e faz o viver se tornar sadio.

Espiritualidade é apenas isso: SER FELIZ!
Ou, como ensinavam os sábios celtas de outrora:
SER UM PRESENTE!
Paz e Luz.

Wagner Borges


Quando estiveres em dúvida,
resolve pela atitude menos prejudicial
ao próximo e a ti próprio.
Evita arriscar-te e arruinar
ou tras pessoas.

Age em serenidade, certo de que
o teu gesto repercutirá nas de
mais pessoas, de acordo com a
emoção e o conteúdo de que se
revista.

Joanna de Ângelis/Divaldo Pereira Franco
Do Livro Vida Feliz

Amigo espiritualista,
quando a depressão se aproxima e instala
na sua consciência aquele clima mental
cinzento e opressivo, é necessário reagir
e acender a própria lâmpada interior.



É o que se denomina "sol na alma".
É uma espécie de ponte de ligação oculta
entre o encarnado e o plano extrafísico
de sua verdadeira origem: o plano mental.

Muitos pesquisadores espiritualistas
em suas correntes mais diversas afirmam,
acertadamente, que no plano mental não existe
o tempo nem o espaço. Isso é verdade, porém,
muitos se esquecem de que o amor existe nesse plano,
já que ele não depende nem do tempo e nem do espaço.

E é esse amor que você deve sintonizar para vencer
a opressão que devora o seu otimismo e bem-estar.

Por isso, eleve o pensamento e tente criar a imagem
de luz branca puríssima interpenetrando todo o seu corpo,
mas especialmente no cérebro e no coração.

Acenda o sol na sua alma e tente ter mãos de luz,
coração generoso e pés que caminham conscientemente.

A estrada da vida pode ser muito dura,
mas se o nosso coração é generoso,
tudo podemos compreender.

As pessoas podem ser ásperas,
mas se as nossas mãos forem brilhantes,
tocaremos a todos com grande luz.

São muitos os percalços, mas se tivermos
a consciência limpa, usaremos o discernimento
e descobriremos o mais sensato a fazer.

A caminhada na terra é cheia de espinhos,
mas uma consciência espiritualizada,
conectada com o plano mental,
transforma-se em um farol de luz,
ou melhor, no sol das almas.

Nos seus momentos de meditação ou de prece,
procure pensar na luz branca que permeia
todo o Universo e que é a base de toda vida.
Essa luz é sutil, mas pode ser percebida
se a sua lâmpada interior estiver acesa.

Pense naquele amor criativo que está a favor
da evolução de todas as criaturas.

Pense que você vive em conjunto com bilhões de almas,
encarnadas e desencarnadas. Todas são como você
e têm um sol interior. Embora não pareça,
todas buscam as mesmas coisas que você:
amor, paz, crescimento e luz.

Grande parte dessas almas perde-se
nos desvarios humanos. Mergulham nos prazeres mundanos
e se afogam no próprio orgulho, gerando com isso
os entraves cármicos que os aprisionarão
nas provas retificadoras do futuro.

Essas almas ferem os próprios irmãos
de romagem evolutiva e, na verdade,
estão ferindo a si próprias.
São almas sombrias que se esqueceram
do próprio sol interno e por isso rumam
pelas várias vidas ao sabor das intempéries
cármicas que as dominam.

Portanto, cabe a você, espiritualista consciente,
acender o seu sol interior e emanar a luz,
como verdadeiro sol nas almas.*

Nós lhe esperamos com a luz na ação
e com Jesus no coração.

- André Luiz -
(Dedicado ao espírito Rama)

Recebido espiritualmente por Wagner Borges;
Florianópolis, 19 de abril de 1995)
André Luiz

A conduta indica a orientação espiritual da criatura.
Surge o ideal realizado, consoante o esforço de cada um.
Amplia-se o ensino, conforme a aplicação do estudante.
Eternidade não significa inércia, mas dinamismo incessante.
O caminho é infinito.
Quem estabelece a rota da viagem é o viajor.

Continua, pois, em marcha perseverante,
gastando sensatamente o tesouro dos dias.

Em sessenta segundos, a lágrima
pode transformar-se em sorriso,
a revolta em resignação e o ódio em amor.

Nessa mínima parcela da hora,
liberta-se o espírito do corpo humano,
a flor desabrocha, o fruto maduro cai da árvore
e a semente inicia a germinação da energia latente.

Analisa o que fazes
de tão valiosa partícula de tempo.
Num só momento,
o coração escolhe roteiro para o caminho.

Com o Evangelho na consciência,
o lazer é tão-somente renovação
de serviço sem mudança de rumo.

Não desprezes o tempo, em circunstância alguma,
pois quem espera a felicidade se esmera em construí-la.
A hora perdida é lapso irreparável.

Dominar o relógio é coordenar os sucessos da vida.

Nos domínios do tempo, controlamos a hora
ou somos ignorados por ela.

Por isso, quanto mais a alma
se eleva em conhecimento, mais governa
os próprios horários.

Lembra-te de que as edificações mais expressivas
são formadas por agentes minúsculos
e de que o século existe em função dos minutos.

Não faz melhor quem faz mais depressa,
mas sim quem faz com segurança e disciplina,
articulando ordenadamente os próprios instantes.

Observa os celeiros de auxílio
de que dispões e não hesites.
Distribui os frutos da inteligência.
Colabora nas tarefas edificantes.
Estende a solidariedade a benefício de todos.
Fortalece o ânimo dos companheiros.
Não te canses de ajudar para que se efetue o melhor.
O manancial do bem não tem fundo.
A paz coroa o serviço.
E quem realmente aproveita o minuto
constrói caminho reto para a conquista
da vitória na Divina Imortalidade.

André Luiz

Psicografia Waldo Vieira
do Livro Sol nas Almas.


Emmanuel

Entendendo-se o conceito de vibrações,

no terreno do espírito, por oscilações
ou ondas mentais, importa observar que
exteriorizamos constantemente semelhantes energias.
Disso decorre a importância das idéias que alimentamos.

Em muitas faces da experiência terrestre
nos desgastamos com as nossas próprias reações
intempestivas, ante a conduta alheia,
agravando obstáculos ou ensomando problemas.

Se nos situássemos, porém, no lugar
de quantos criem dificuldades,
estaríamos em novo câmbio de emoções e pensamentos,
frustrando descargas de ódio ou violência,
angústia ou crueldade que viessem a ocorrer
em nossos distritos de ação.

Experimenta a química do amor
no laboratório do raciocínio.

Se alguém te fere coloca-te, de imediato,
na condição do agressor e reconhecerá para logo
que a compaixão deve envolver aquele que
se entregou inadvertidamente ao ataque
para sofrer em si mesmo a dor do desequilíbrio.

Se alguém te injuria, situa-te na posição daquele
que te apedreja o caminho e perceberá que se faz digno
de piedade todo aquele que assim procede,
ignorando que corta apropria alma,
induzindo-se à dor do arrependimento.

Se te encontras sob o cerco de vibrações conturbadoras,
emite de ti mesmo aquelas outras que se mostrem capazes
de gerar vida e elevação, otimismo e alegria.

Ninguém susta golpes da ofensa com pancadas de revide,
tanto quanto ninguém apaga fogo a jorros de querosene.

Responde a perturbações com a paz.

Ante o assalto das trevas faze luz.

Se alguém te desfecha vibrações
contrárias à tua felicidade,
endereça a esse alguém a tua silenciosa mensagem
de harmonia e de amor com que lhe desejes felicidade maior.

Disse-nos o Senhor: "Batei e abrir-se-vos-á. Pedi e obtereis".

Este mesmo princípio governa o campo das vibrações.

Insiste no bem e o bem te garantirá.


Emmanuel/Chico Xavier

do Livro Paz e Renovação



-André Luiz-

Insignificante é o pingo dágua,
todavia, com o tempo, traça
um caminho no corpo duro da pedra.

Humilde é a semente, entretanto,
germina com firmeza e produz
a espiga que enriquece o celeiro.

Frágil é a flor, contudo,
resiste à ventania,
garantindo a colheita farta.

Minúscula é a formiga, mas edifica,
à força de perseverança,
complicadas cidades subterrâneas.

Submissa é a argila, no entanto,
com o auxilio do oleiro,
transforma-se em vaso precioso.

Branda é a veste física,
que um simples alfinete atravessa,
todavia suporta vicissitudes incontáveis
e sustenta o templo do Espírito em aprendizado,
por dezenas de lustros, repletos de necessidades
e padecimentos morais.

O verdadeiro progresso prescinde da violência.

Tudo é serenidade e seqüência na evolução.

Aprendamos com a Natureza
e adotemos a brandura por diretriz
de nossas realizações para a vida mais alta,
mas não a brandura que se acomoda com a inércia,
com a perturbação e com o mal e sim aquela
que se baseia na paciência construtiva,
que trabalha incessantemente e persiste
no melhor a fazer, ultrapassando os obstáculos
que a ignorância lhe atira à estrada e superando
os percalços da luta, a sustentar-se no serviço
que não esmorece e na esperança fiel que confia,
sem desanimo, na vitória final do bem.


André Luiz/Chico Xavier
do Livro Caridade
Espíritos Diversos







-Emmanuel-
 

O recurso à legítima defesa é naturalmente
um direito comum a todas as criaturas.

Nem há que duvidar de semelhante prerrogativa.

No entanto, importa considerar que esse direito
não consiste em subtrair a existência do próximo,
invadindo atribuições que pertencem a Deus.

Dispomos do privilégio da defensiva,
aplicando a nós mesmos os artigos da Lei Divina,
obedecendo-lhe as determinações que nos garantem
respeitabilidade e equilíbrio.


Defender-nos-emos contra a incursão em novos débitos,
abstendo-nos de alongar a despesa de cada dia,
além da receita que nos compete.

Estaremos agindo contra as hostilidades alheias,
ofertando aos outros simpatia e cooperação.

Não cairemos no fogo da calúnia,
desde que vivamos em guarda contra
a leviandade e a maledicência.


Elevar-nos-emos, além da vasa do crime,
submetendo-nos ao culto incessante do bem,
segundo os nossos deveres, e fugindo
ao império da tentação.

Respiraremos libertos da irritação e da cólera
se dermos ao companheiro do caminho o respeito
e a compreensão que desejamos dele próprio,
em nosso favor.


Distanciar-nos-emos das extravagâncias da vaidade
e do orgulho, sustentando, em nós mesmos,
a humildade que a vida nos aconselha.


Cristo é o nosso Divino Médico,
ensinando-nos a observar os mais avançados princípios
de imunologia da alma, na preservação
dos valores eternos do Espírito.

Perdoemo-nos uns aos outros, setenta vezes sete,
em todas as nossas falhas na jornada evolutiva;
amparemos o vizinho, tanto quanto lhe reclamamos
o entendimento e o auxílio e, amando-nos reciprocamente
no padrão do Senhor que nos protegeu
até o sacrifício supremo, estaremos praticando
a defesa legítima, único baluarte
de nossa segurança e de nossa paz.

Emmanuel/Chico Xavier
do Livro Trilha de Luz





A TORRE
Emmanuel

“Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro
a fazer as contas dos gastos para ver se tem com que a acabar?”
- Jesus- Lucas, 14:28.



Constitui objeto de observação singular as circunstâncias
do Mestre se referir, à essa altura dos ensinamentos evangélicos,
à uma torre, quando deseja simbolizar o esforço
de elevação espiritual por parte da criatura.

A torre e a casa são construções muito diversas entre si.

A primeira é fortaleza, a segunda é habitação.

A casa proporciona aconchego, a torre dilata a visão.

Um homem de bem, integrado no conhecimento espiritual
e praticando-lhe os princípios sagrados está em sua casa,
edificando a torre divina da iluminação, ao mesmo tempo.


Em regra vulgar, porém, o que se observa no mundo
é o número espontâneo de pessoas que nem cuidaram
ainda da construção da casa interior e já falam
calorosamente sobre a torre, de que se acham tão distantes.


Não é fácil o serviço profundo da elevação espiritual,
nem é justo apenas pintar projetos sem intenção
séria de edificação própria.

É indispensável refletir nas contas,
nos dias ásperos de trabalho, de autodisciplina.

Para atingir o sublime desiderato,
o homem precisará gastar o patrimônio
das velhas arbitrariedades e só realizará esses gastos
com um desprendimento sincero da vaidade humana
e com excelente disposição para o trabalho
da elevação de si mesmo, a fim de chegar ao término, dignamente.

Queres construir uma torre de luz divina?

É justo. Mas não comeces o esforço,
antes de haver edificado a própria casa
íntima.

Emmanuel/Chico Xavier
de Alma e Luz
"Podemos ir longe, se começarmos de muito perto. Em geral começamos pelo mais distante, o "supremo princípio", "o maior ideal", e ficamos perdidos em algum sonho vago do pensamento imaginativo.
Mas quando partimos de muito perto, do mais perto, que é nós, então o mundo inteiro está aberto -- pois nós somos o mundo.
Temos de começar pelo que é real, pelo que está a acontecer agora, e o agora é sem tempo."

(Krishnamurti)

"Afirmo que a Verdade é uma terra sem caminho. O homem não pode atingi-la por intermédio de nenhuma organização, de nenhum credo (...) Tem de encontrá-la através do espelho do relacionamento, através da compreensão dos conteúdos da sua própria mente, através da observação."

(Krishnamurti)

"Estou apenas a ser como um espelho da vossa vida, no qual podeis ver-vos como sois. Depois, podeis deitar fora o espelho; o espelho não é importante."

(Krishnamurti)

"... Falamos da vida -- e não de ideias, de teorias, de práticas ou de técnicas. Falamos para que olhe esta vida total, que é também a sua vida, para que lhe dê atenção. Isso significa que não pode desperdiçá-la. Tem pouquíssimo tempo para viver, talvez dez, talvez cinquenta anos. Não perca esse tempo. Olhe a sua vida, dê tudo para a compreender."

(Krishnamurti)
"Krishnamurti, os Anos de Plenitude", por Mary Lutyens: "O ser humano não pode construir imagens dentro de si mesmo, como uma cerca de segurança - religiosa, política, pessoal. Elas de manifestam como símbolos, idéias, crenças. O peso dessas imagens domina o pensamento humano, seus relacionamentos e sua vida diária. Essas imagens são as causas de nossos problemas porque elas separam as pessoas umas das outras. A sua percepção da vida é moldada pelos conceitos já estabelecidos em sua mente. O conteúdo de sua consciência é a sua consciência total. Esse conteúdo é comum a toda humanidade. A individualidade é o nome, a forma e a cultura superficial que o homem adquire da tradição e do meio ambiente. A singularidade do homem não se encontra no superficial, mas na completa libertação dos conteúdos de sua consciência, comum a toda humanidade. Assim, ele não é um indivíduo.

Liberdade
O indiano dizia que " a liberdade não é uma reação, nem tão pouco uma escolha. É pretensão do ser humano achar que, por ter escolha, ele é livre. A liberdade é pura observação sem direção, sem medo de punição e recompensa. A liberdade é sem nenhum motivo, a liberdade não está no fim da evolução humana, mas se encontra no primeiro passo da sua existência. Pela observação, a pessoa começa a descobrir a falta de liberdade. A liberdade é encontrada no estar atento, sem escolha, à nossa existência e atividades diárias.

Para ele, o pensamento é tempo. " O pensamento nasce da experiência e do conhecimento, que são inseparáveis do tempo e do passado. O tempo é o inimigo psicológico do ser humano. Nossa ação é baseada no conhecimento e, portanto, no tempo. Assim, o ser humano é sempre escravo do passado. O pensamento é sempre limitado e assim nós vivemos em conflito e luta constantes. Não há evolução psicológica.

O compromisso
Em 1980, seis anos antes de morrer, Krishnamurti estava fazendo uma palestra em Brockwood, na Inglaterra, quando foi questionado sobre os motivos que o levaram a continuar falando, após 50 anos, como mensageiro, gastando energia, quando ninguém parecia mudar.

Ele sábia e serenamente respondeu: "Antes de mais nada, eu não dependo de vocês como um grupo que vem ouvir o palestrante. O orador não está ligado a nenhum grupo em particular, nem está precisando de uma assembléia. Penso que quando alguém vê algo verdadeiro e belo, ele quer contar às pessoas sobre isso, por afeição, por compaixão, por amor. E, se não houver quem esteja interessado, tudo bem, mas aqueles que estão interessados, talvez eles possam reunir-se. Você pode perguntar à flor por que ela cresce, por que ela tem perfume? É pela mesma razão que o orador fala" .
Krishnamurti defendia a qualidade das amizades, do afeto. " Existe uma forma de comunhão que não é verbal, que necessita aquela peculiar qualidade de atenção e sossego. Assim como dois amigos muito íntimos que não têm que falar muito, que não têm que entrar em longas e complicadas explicações, que compreendem um ao outro naquele próprio silêncio em que existe a comunhão da amizade. Dois amigos muito íntimos podem ficar muito quietos, cada um com seus próprios problemas e, nessa quietude, nesse silêncio, acontece uma outra atividade que pode resolver o problema".

Sobre o medo ele escreveu: " Enfrente o medo, convide-o, não o deixe chegar de repente, inesperadamente, mas encare-o constantemente, busque-o com diligência e determinação. Não deixe os problemas criarem raiz. Passe por eles rapidamente, atravesse-os como se estivesse cortando manteiga. Não permita que eles deixem uma marca, acabe com eles assim que eles apareçam. Você não pode evitar ter problemas, mas acabe com eles imediatamente".

A renúncia a títulos preestabelecidos
Em Madras, em 1947, aqueles que tinham contato com o homem Krishnamurti e com a essência de seus ensinamentos estavam perplexos com o fato de ele ter sido anunciado pela Sociedade Teosófica como sendo o Messias e o instrutor do mundo e ter renunciado a esse papel.
Krishnamurti tentou responder a essa questão contando uma história: "O diabo e um amigo estavam passeando quando viram, a sua frente, um homem abaixar-se e pegar algo brilhante do chão. O homem olhou para aquilo com deleite, colocou-o no bolso e continuou caminhando. O amigo perguntou: "O que aquele homem achou que o transformou tanto?" O diabo respondeu: "Eu sei, ele encontrou a verdade." "Por Deus!"- exclamou seu amigo: "Isto deve ser um mau negócio para você!". "De jeito nenhum"- o diabo respondeu com um sorriso malicioso: "Vou ajudá-lo a organizá-la, você vai ver só!"
Krishnamurti indaga: "Pode a verdade ser organizada? Você pode encontrar a verdade através de uma organização? Elas estão baseadas em diferentes crenças. Crenças e organizações estão sempre separando as pessoas, excluindo umas das outras. Você é um hindu e eu sou um mulçumano, você é um cristão e eu sou um budista. Crenças, ao longo de toda a história, atuaram como uma barreira entre os seres humanos. Nós falamos de fraternidade, mas se você tem uma crença diferente da minha, estou pronto para cortar sua cabeça; nós temos visto isso acontecer inúmeras vezes.
E prossegue; "A experiência de Deus deve ser experimentar por si mesmo. Ela não pode ser organizada. No momento que é organizada, propagada, ela cessa de ser verdade, ela se torna uma mentira. O real, o imensurável, não pode ser formulado, não pode ser colocado em palavras. O desconhecido não pode ser medido pelo conhecido, pela palavra. Quando você o mede, ele cessa de ser verdade, deixa de ser real e, portanto, é uma mentira".

Citações sobre Krishnamurti
"Quando Krishnamurti entrou na sala eu disse para mim mesmo: 'Com certeza o Senhor do Amor chegou'. Khalil Gibran (escritor, autor de "O Profeta")

"Eu mal posso pensar em algo que não seja a sabedoria e beleza de meu amigo. Eu andei com ele pelos bosques que ficavam aos arredores de onde ele morava. Ele respondeu minhas dúvidas e se espantava com a beleza das árvores. Ele me deu bastante coisa para pensar e me colocou em uma busca por algo que eu mal entendia."
Joseph Campbell (professor, escritor, autor de "The Power of Mith")

"Meu primeiro encontro com Krishnamurti foi nos anos 80. Ele estava dando uma palestra, era uma manhã fria de inverno, estava nevando e umas mil pessoas estavam esperando do lado de fora. Krishnamurti falou por duas horas. Ele foi direto, profundo e cruelmente honesto. Quando eu fui para fora, a neve tinha parado e o sol brilhava. Por alguma razão eu sentia que o sol estava brilhando e tinha esquentado porque eu estava me sentindo com brilho e calor por dentro. Eu nunca conheci Krishnamurti pessoalmente, embora fosse íntimo de muitas pessoas que estavam próximas a ele e vi o efeito notável que esse homem teve em suas vidas. Na minha própria vida Krishnamurti me influenciou profundamente e me ajudou, em termos pessoais, a ultrapassar os limites das restrições que eu mesmo me impunha à minha liberdade.
Deepack Chopra (escritor)

"Eu nunca conheci Krishnamurti, apesar de não existir, fora ele, qualquer outro homem vivo que eu consideraria um grande privilégio conhecer. Sua linguagem é desnudada, reveladora e inspiradora. Ele fura as nuvens de filosofia que confundem o nosso pensamento e restaura as fontes de ação. Ele não iniciou qualquer dogma ou crença nova, ele questionava tudo, cultivava a dúvida e a perseverança, libertava a si mesmo da ilusão e do encantamento do orgulho, da vaidade, e de qualquer forma sutil de domínio sobre os outros. Ele ia à própria fonte da vida para sustento e inspiração. Eu não conheci nenhum outro homem vivo cujo pensamento fosse mais inspirador."
Henry Miller (escritor)

"Há um nome que se sobressai em contraste a tudo isso que é secreto, suspeito, confuso, livresco e escravizante: Krishnamurti. Aqui se encontra um homem de nosso tempo que podemos chamar de mestre da realidade."
George Bernard Shaw (dramaturgo)

"Krishnamurti é um líder religioso da maior distinção, que é escutado com grande proveito e aprovação por membros de todas igrejas e seitas."
Dalai Lama

"Krishnamurti é um dos grandes pensadores da nossa época."
Aldous Huxley (escritor, novelista, filósofo)

* Ilustração: Claudio Salvio.